sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

THE GAME



Forjados no calor da paixão, viemos ao mundo, ainda sem nome e sem fôlego já esperanças de grandes feitos nos são sugeridas ao nosso ouvido surdo, de protótipo de ser humano. Crescemos entre a noção de bem e mal, e jogamos, jogamos a nossa existência na primeira pessoa em que apenas a vitória final interessa. Desperdiçamos os primeiros “dias” de nossa existência brincando ao faz de conta, fazendo de conta que somos grandes, esperando esse dia com ansiedade, contando pelos dedos o princípio do fim. Entre princípios e regras impostas que comprimem, que esmagam as veras vontades de brincar como se não existisse amanhã, vamos aprendendo a ser grandes, tendo a imagem de nossos progenitores como lanternas que iluminam o nosso caminho. Sem trem de aterragem, aterramos num Mundo de Homens que se dizem grandes e capazes de grandes feitos e tudo se precipita, nesse exacto momento entramos no jogo, no jogo da vida, aquele jogo em que tudo vale e somos apenas mais uma carta num imenso baralho que é a urbe onde nos inserimos. Podemos ser um duque de paus ou um ás de espadas, ou mesmo um joquer, fazendo rir todas as outras cartas que nos rodeiam, mas que nada temem, nem nos respeitam, porque somos apenas um joquer que com parvoíces e gargalhadas alegram momentaneamente todo um imenso baralho. O joquer é aquela carta que colocamos de parte quando nos preparamos para jogar, porque poucos são os jogos em que essa carta tem lugar. No grande jogo (da vida), não existem dois joquer’s , mas muitos, governados por duques e ternos de paus, que nada sabem e nada temem porque a ignorância não permite que vejam um palmo à frente do nariz. Com o passar do tempo, aprimoramos as nossas jogadas, aprendemos a fazer bluff e com sorte talvez um dia sejamos um Rei em que o naipe é trunfo ou um Ás em algum ofício...
Talvez aí voltemos a brincar, a brincar o jogo dos grandes, mandando e desmandando, descartando todas aquelas pequenas cartas que são colocadas na mesa, levando-as connosco, porque todas se querem fazer acompanhar com o Rei / Ás, marcando pontos, não que elas valham alguma coisa...mas porque também elas estiveram envolvidas numa grande jogada, mesmo que tenham sido cartas provindas do jogo adversário...

sábado, 14 de fevereiro de 2009


O Mundo pelos olhos de uma criança


Sou aquele pequeno anjinho,
Que procura gozo entre brincadeiras e risadas,
Sejam elas impróprias, inocentes ou ousadas,
Esperando em cada gesto, carinho.

De olhar terno, meigo e penetrante,
Timidamente sorrindo, sorrindo, vivo no Mundo que é só meu,
Aquele onde todos os meninos têm pai e mãe, tal como eu,
E onde a fome e guerra não são inquietantes.

Traz um amigo e vem brincar ao faz de conta,
Faz de conta que subsiste paz no Mundo,
Que a pistola se calou num sono profundo,
E que o Mundo não é liderado por gente tonta!